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  1. Can you hear the drums, Fernando?

    Monday, March 17, 2008

    Tudo bem que colocar ABBA e rock na mesma frase já é uma coisa bizarra. No entanto, não é nada comparado à morte do baterista da banda, encontrado morto no último fim de semana.

    Ola Bunkert, embora não aparecesse entre os quatro membros da banda que ficaram famosos, gravou todas as baterias do ABBA desde o primeiro disco. Foi encontrado morto na casa onde morava sozinho, em Mallorca, Espanha. A polícia suspeita de que ele tenha caído da janela, cortado o pescoço e sangrado até morrer.

    Definitivamente entra pra lista de Mortes Rock'n'Roll.

  2. Pernilongos

    Sunday, March 16, 2008

    Trabalhando em casa. Coça. Coça. Coça.

    Meu pai chega e fica me olhando.

    - O que foi? - pergunta.

    - Pernilongos.

    Ele sai da sala e volta com o spray de inseticida nas mãos. Um minuto depois, agachado embaixo da mesa, dispara o jato mais mixuruca que um spray jamais testemunhou.

    - Com esse tanto de inseticida que você jogou, não vai fazer diferença nenhuma.

    - É que quando a gente joga diretamente no pernilongo, é mais eficaz.

    - Pai, se fosse um pernilongo só, ele já teria morrido de obesidade mórbida.

  3. La cucaracha

    Tuesday, March 11, 2008

    Eu tinha 17 anos quando matei a minha primeira barata. Foi em uma noite de sábado, quando eu estava sozinha em casa me sentindo a adolescente mais infeliz do planeta, assistindo uma comédia romântica e me perguntando o que exatamente ele quis dizer com "não estou em um bom momento para relacionamentos afetivos".

    Enquanto eu chorava no sofá, a mocinha se debulhava na tela me fazendo sentir muito melhor já que alguém no mundo entendia a minha dor, mesmo que só na ficção. A sequência do filme, uma tomada externa, iluminou a minha sala e eu vi o tão temido artrópode que é capaz de sobreviver a acidentes nucleares e fazer mulheres que queimaram sutiã na década de 60 gritarem em desespero por um homem.

    Percebi que tinha duas opções: ou matava o bicho, ou corria para o meu quarto e ficava sem ver o fim do filme. Diante da possibilidade de perder o surpreendente final quando a mocinha beijaria o mocinho ao som de uma música da Natalie Cole, optei pelo confronto direto. Juntei toda a minha coragem, concentrei a raiva que estava sentindo pelo rapaz do "não é você, sou eu" e decidi ir à luta. Claro, não sem calçar meias compridas e botas antes.

    Depois que você mata a primeira barata, as outras que vêm são fichinha. E assim me tornei uma mulher destemida, que não tem medo de barata. A minha coragem, aliás, cresceu ao ponto de conseguir matar lacraias, escorpiões, piolhos-de-cobra, ou qualquer um destes visitantes indesejados que insistem em entrar nas casas de moças indefesas vez ou outra.

    Outro dia, tomando uma cerveja com uma amiga em um copo-sujo de esquina, vi a cara da minha companheira se contorcer de repente. Em seguida, todo o seu corpo acompanhou o rosto e o pavor que tinha tomado conta dela impedia qualquer movimento labial. Perguntei diversas vezes o que estava acontecendo, com medo de ela estar sofrendo um pequeno derrame e, quando ela conseguiu articular qualquer coisa, ouvi duas palavras: "uma barata".

    Assumindo uma pose de Mulher Maravilha, levantei de uma vez, olhei para a minha amiga e, com uma voz confiante, ordenei para que ela não se afligisse. Olhei tudo ao meu redor, em busca do inimigo e vi que o garçom do bar, um rapaz muito simpático, se aproximava. Ele, com um ar de Super-Homem, chegou correndo com a sua vassoura para salvar as donzelas em perigo e também a reputação do seu bar, que, apesar de copo-sujo, é muito limpinho. Fiquei em posição de ataque, supondo que formaríamos uma Liga da Justiça, até que o garçom fez um gesto pedindo que me afastasse, como quem diz "eu cuido disso".

    A barata correu para um lado. Correu para o outro. Correu pela vida. Em dado momento, depois de várias tentativas frustradas, o Super-Homem, que a esta hora estava mais para Chapolin Colorado, decidiu tomar fôlego. Enquanto ele examinava o terreno e elaborava uma estratégia, a barata passou pertinho da minha mesa e, com um movimento certeiro, aniquilei a ameaça com o meu pé esquerdo.

    A platéia, que a esta hora já era maior do que somente a minha amiga e o dono do bar, aplaudiu em êxtase e, enquanto eu colhia os louros da vitória, vi de relance o rosto do pobre garçom. Se eu tivesse tirado uma peixeira da bolsa e cortado fora as suas vergonhas, teria abalado de forma menos agressiva a sua masculinidade. O rapaz, completamente envergonhado, recolheu-se para o fundo do balcão de onde não saiu mais enquanto estive ali.

    Foi então que eu tive uma revelação: se, na década de sessenta, as mulheres tivessem começado a matar baratas ao invés de queimar sutiãs, provavelmente teriam sido mais bem sucedidas e, mais importante, ajudariam a deixar a cidade mais limpa e gastariam muito menos dinheiro com roupa íntima.

  4. Vinte e três

    Saturday, March 08, 2008

    O meu blog tem uma média de quatro visitar diárias. Quatro. Às vezes o número sobe para cinco, quando eu publico alguma coisa que tem muita busca no google e que me faz ficar com pena das pessoas que caem aqui por acidente e ficam com raiva momentânea de mim.

    A parte boa disso é que, quando o meu contador mostra um número muito elevado de visitas em um dia - tipo dez! - eu sei que alguém, possuidor de um blog, twitter ou webpage muito mais populares do que o meu, decidiu que valia a pena linkar o meu humilde espaço virtual.

    Hoje, ao entrar no meu contador de páginas, me deparo com um surpreendente número de visitantes: 23. Vinte e três. Ciente de que eu não havia postado nenhum vídeo inédito da Paris Hilton fazendo sexo, decidi averiguar o fenômeno e a explicação foi muito lisonjeira.

    Um rapaz, o Alexandre Inagaki, fez a gentileza de me incluir em uma lista do que ele chamou de "(...)mulheres inteligentes, bem-humoradas, sensíveis e/ou saudavelmente sarcásticas(...)". Como não o conheço, achei que o melhor era retribuir a gentileza linkando o blog dele aqui.