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  1. 13 pessoas

    Monday, February 06, 2012

    Será que este blog reviverá?

    Voltará das trevas?

    Será que eu tenho idade para ainda ter um blog?

    Perguntas que serão respondidas nos próximos meses. Mas devo dizer, antes de qualquer coisa, que o verdadeiro motivo pelo qual resolvi fazer uma faxina aqui foi porque eu, limpando os meus feeds no Google Reader semana passada, fui dar um unsubscribe no meu próprio blog (afinal de contas, estava virando peso morto), quando as estatísticas me mostraram que, além de mim, 13 outras pessoas AINDA assinam o Atrás do arco-íris. Seriamente tocada com a fidelidade destas 13 pessoas e um pouco receosa com a idéia de eventuais stalkers, decidi que talvez eu tenha assunto para postar. Talvez.

    Vocês, 13 pessoas (dentre estas, imagino, 5 nem lembram que tem conta no Google Reader), podem voltar a acreditar!

    P.S.: O irônico vai ser o número diminuir depois deste post.

    P.S.2: Para provar que não estou mentindo, fiz um print da tela do Google Reader.


  2. Eu amo escrever

    Friday, August 26, 2011

    Eu sei que nao posto ha um milhao de anos aqui no blog, mas este post é importante: preciso da ajuda de voces (se é que ainda tem alguém ai).

    Inscrevi o conto "See you later, alligator" em um concurso e preciso de votos: http://www.li3.com.br/clientes/euamoescrever/conto.php?see-you-later-alligator&p=4e54c53f202e8

    O conto ja é um velho conhecido dos leitores deste blog. Passe la e votem, é so um clique!

    P.S.: Desculpem a ausencia de acentos, estou usando um computador estrangeiro.

  3. No, Woman, No cry

    Friday, September 18, 2009

    Este texto é velhíssimo. Acho que deve ter uns 4 anos. Escrevi numa época em que eu era uma pessoa muito mais sensata e, hoje em dia, provavelmente, o escreveria de uma forma diferente e com um pouco mais de sofisticação. Em todo caso, republico agora dedicado inteiramente à querida Camila.


    Ultimamente tenho tido em minha volta uma enormidade de mulheres apaixonadas e sofrendo por isso. Me parece que todas as minhas amigas resolveram tomar uma garrafa de poção do amor e agora a maioria está de ressaca. Como não participei desse brinde bizarro, fui promovida a consultora sentimental do grupo e já penso seriamente em mandar artigos para a revista Marie Claire.

    O problema é que a cada vez que uma amiga chora, eu sofro junto, não por ser a rainha da compaixão, mas porque, acima de tudo, elas me fazem desacreditar em todas as histórias que a Meg Ryan (que acredito ser uma psicopata que quer dominar o mundo, mas isso é assunto para outro dia) até hoje me contou usando tanta persuasão.

    Em uma noite de terapeuta amorosa de boteco, escrevi regras básicas para não se cair em desespero e desrepeitar a si própria. Além disso, essas regras visam impedi-las da grave tendência tipicamente feminina de se tornarem Drama Queens e substituir essa personagem pela de Femme Fatale. São elas:

    1 - Nunca acredite plenamente que a sua felicidade depende de outra pessoa.

    2 - Nunca tente consertar o que você acha que deu errado. O que passou, passou, o que importa é o que está por vir. Acredite, o máximo que pode acontecer quando você tenta consertar alguma coisa, ou tenta seduzir novamente o inseduzível, é você piorar a sua situação, sentir novamente a necessidade de consertar e assim cair num círculo vicioso que pode ser eterno.

    3 - Se estiver sofrendo, chore. Muito. De preferência deitada numa Jacuzzi rodeada de velas com uma garrafa cheia de seu destilado preferido na mão, seu maço de cigarros do lado e ouvindo aquele seu CD de músicas pra ficar triste, com os temas de Titanic e Ghost, que você tem guardado no fundo da sua gaveta de calcinhas. Lembre-se dos momentos lindos que você passou ao lado do ser amado. Lembre-se de que você já chorou por outros (as) antes, jurando que eram os verdadeiros e únicos amores da sua vida e que a sua dor nunca iria passar e no fim passou (tanto que agora você chora por outro(a)). Ria disto. No meio destas memórias tristes e felizes, olhe ao seu redor e veja a vida boa que você tem (principalmente se você tiver mesmo uma Jacuzzi em casa) e quão privilegiada você é comparada a tantas milhões de pessoas que choram por um pão com manteiga.

    4 - Saiba a hora de parar de chorar. Este é um item importante. Ouça o seu bom senso apesar do turbilhão de emoções que estão se passando dentro de você, o seu bom senso sempre dirá quando é o suficiente, ele te alertará para o fato de que você já chorou tudo o que tinha que chorar e que agora é hora de se reerguer. Prometa, depois disso, não chorar nunca mais por essa pessoa (não se preocupe, você provavelmente vai quebrar a promessa).

    5 - Passe maquiagem, coloque uma roupa linda que você comprou porque achou que estava merecendo, já que estava sofrendo tanto. Saia de casa assim, se sentindo linda e com a deliciosa sensação de liberdade que há muito você não sentia. Mais rápido do que você imagina, encontrará um (a) moço (a) mais legal do que o (a) anterior.

    6 - Volte para o item 1.

  4. Defenestrar

    Thursday, May 15, 2008

    Todo mundo que me conhece, ou que acompanha este blog, sabe da minha admiração pela palavra defenestrar. Na verdade, ela é tão forte, que já dediquei um texto inteiro só para falar no assunto.

    É uma palavra mágina, na minha opinião.

    E eu fico indignada com o menosprezo com o qual a imprensa brasileira trata deste simpático verbo. Nunca ouvimos. Fátima Bernardes nunca a pronunciou na vida, aposto.

    Agora, o que me deixa puta de verdade, é que, mesmo com a maior oportunidade que os jornalistas tiveram de falar defenestrar. Talvez uma oportunidade única, ímpar, sem precedentes. Mesmo assim, ninguém usou. Ninguém.

  5. Can you hear the drums, Fernando?

    Monday, March 17, 2008

    Tudo bem que colocar ABBA e rock na mesma frase já é uma coisa bizarra. No entanto, não é nada comparado à morte do baterista da banda, encontrado morto no último fim de semana.

    Ola Bunkert, embora não aparecesse entre os quatro membros da banda que ficaram famosos, gravou todas as baterias do ABBA desde o primeiro disco. Foi encontrado morto na casa onde morava sozinho, em Mallorca, Espanha. A polícia suspeita de que ele tenha caído da janela, cortado o pescoço e sangrado até morrer.

    Definitivamente entra pra lista de Mortes Rock'n'Roll.

  6. Pernilongos

    Sunday, March 16, 2008

    Trabalhando em casa. Coça. Coça. Coça.

    Meu pai chega e fica me olhando.

    - O que foi? - pergunta.

    - Pernilongos.

    Ele sai da sala e volta com o spray de inseticida nas mãos. Um minuto depois, agachado embaixo da mesa, dispara o jato mais mixuruca que um spray jamais testemunhou.

    - Com esse tanto de inseticida que você jogou, não vai fazer diferença nenhuma.

    - É que quando a gente joga diretamente no pernilongo, é mais eficaz.

    - Pai, se fosse um pernilongo só, ele já teria morrido de obesidade mórbida.

  7. La cucaracha

    Tuesday, March 11, 2008

    Eu tinha 17 anos quando matei a minha primeira barata. Foi em uma noite de sábado, quando eu estava sozinha em casa me sentindo a adolescente mais infeliz do planeta, assistindo uma comédia romântica e me perguntando o que exatamente ele quis dizer com "não estou em um bom momento para relacionamentos afetivos".

    Enquanto eu chorava no sofá, a mocinha se debulhava na tela me fazendo sentir muito melhor já que alguém no mundo entendia a minha dor, mesmo que só na ficção. A sequência do filme, uma tomada externa, iluminou a minha sala e eu vi o tão temido artrópode que é capaz de sobreviver a acidentes nucleares e fazer mulheres que queimaram sutiã na década de 60 gritarem em desespero por um homem.

    Percebi que tinha duas opções: ou matava o bicho, ou corria para o meu quarto e ficava sem ver o fim do filme. Diante da possibilidade de perder o surpreendente final quando a mocinha beijaria o mocinho ao som de uma música da Natalie Cole, optei pelo confronto direto. Juntei toda a minha coragem, concentrei a raiva que estava sentindo pelo rapaz do "não é você, sou eu" e decidi ir à luta. Claro, não sem calçar meias compridas e botas antes.

    Depois que você mata a primeira barata, as outras que vêm são fichinha. E assim me tornei uma mulher destemida, que não tem medo de barata. A minha coragem, aliás, cresceu ao ponto de conseguir matar lacraias, escorpiões, piolhos-de-cobra, ou qualquer um destes visitantes indesejados que insistem em entrar nas casas de moças indefesas vez ou outra.

    Outro dia, tomando uma cerveja com uma amiga em um copo-sujo de esquina, vi a cara da minha companheira se contorcer de repente. Em seguida, todo o seu corpo acompanhou o rosto e o pavor que tinha tomado conta dela impedia qualquer movimento labial. Perguntei diversas vezes o que estava acontecendo, com medo de ela estar sofrendo um pequeno derrame e, quando ela conseguiu articular qualquer coisa, ouvi duas palavras: "uma barata".

    Assumindo uma pose de Mulher Maravilha, levantei de uma vez, olhei para a minha amiga e, com uma voz confiante, ordenei para que ela não se afligisse. Olhei tudo ao meu redor, em busca do inimigo e vi que o garçom do bar, um rapaz muito simpático, se aproximava. Ele, com um ar de Super-Homem, chegou correndo com a sua vassoura para salvar as donzelas em perigo e também a reputação do seu bar, que, apesar de copo-sujo, é muito limpinho. Fiquei em posição de ataque, supondo que formaríamos uma Liga da Justiça, até que o garçom fez um gesto pedindo que me afastasse, como quem diz "eu cuido disso".

    A barata correu para um lado. Correu para o outro. Correu pela vida. Em dado momento, depois de várias tentativas frustradas, o Super-Homem, que a esta hora estava mais para Chapolin Colorado, decidiu tomar fôlego. Enquanto ele examinava o terreno e elaborava uma estratégia, a barata passou pertinho da minha mesa e, com um movimento certeiro, aniquilei a ameaça com o meu pé esquerdo.

    A platéia, que a esta hora já era maior do que somente a minha amiga e o dono do bar, aplaudiu em êxtase e, enquanto eu colhia os louros da vitória, vi de relance o rosto do pobre garçom. Se eu tivesse tirado uma peixeira da bolsa e cortado fora as suas vergonhas, teria abalado de forma menos agressiva a sua masculinidade. O rapaz, completamente envergonhado, recolheu-se para o fundo do balcão de onde não saiu mais enquanto estive ali.

    Foi então que eu tive uma revelação: se, na década de sessenta, as mulheres tivessem começado a matar baratas ao invés de queimar sutiãs, provavelmente teriam sido mais bem sucedidas e, mais importante, ajudariam a deixar a cidade mais limpa e gastariam muito menos dinheiro com roupa íntima.

  8. Vinte e três

    Saturday, March 08, 2008

    O meu blog tem uma média de quatro visitar diárias. Quatro. Às vezes o número sobe para cinco, quando eu publico alguma coisa que tem muita busca no google e que me faz ficar com pena das pessoas que caem aqui por acidente e ficam com raiva momentânea de mim.

    A parte boa disso é que, quando o meu contador mostra um número muito elevado de visitas em um dia - tipo dez! - eu sei que alguém, possuidor de um blog, twitter ou webpage muito mais populares do que o meu, decidiu que valia a pena linkar o meu humilde espaço virtual.

    Hoje, ao entrar no meu contador de páginas, me deparo com um surpreendente número de visitantes: 23. Vinte e três. Ciente de que eu não havia postado nenhum vídeo inédito da Paris Hilton fazendo sexo, decidi averiguar o fenômeno e a explicação foi muito lisonjeira.

    Um rapaz, o Alexandre Inagaki, fez a gentileza de me incluir em uma lista do que ele chamou de "(...)mulheres inteligentes, bem-humoradas, sensíveis e/ou saudavelmente sarcásticas(...)". Como não o conheço, achei que o melhor era retribuir a gentileza linkando o blog dele aqui.

  9. See you later, Alligator

    Friday, January 11, 2008

    Quando pequena, meu avô costumava me chamar de jacaré. O apelido teve origem na época em que eu tinha o hábito de deitar no berço enrolada no lençol, de modo que só os meus olhos ficassem para fora, olhando atenta tudo ao meu redor. Eu gosto de pensar que este foi o motivo pelo qual a história que eu vou contar aconteceu.

    Meu avô foi mecânico de aviões da Força Aérea Brasileira. Ser militar na época da ditadura não deve ter sido um trabalho fácil, especialmente para o filho de um italiano com ideais anárquicos e uma espanhola que vinha de uma família de artistas. De qualquer forma, eu acho que o meu avô, sempre bem humorado, tentava ao máximo se divertir, apesar das circunstâncias.

    O trabalho dele consistia em sair consertando as aeronaves que, por algum motivo, haviam estragado antes de voltar para casa, seja em solo brasileiro ou fora dele. Ia para todos estes cantos obscuros do nosso continente atrás de aviões defeituosos e o que havia restado deles, em caso de acidentes. Não era raro, portanto, que algumas vezes a sua profissão o levasse para a floresta amazônica, ou a tantas outras matas que existem por aqui.

    Além disso, meu avô era um amante apaixonado da natureza. Mesmo que algumas vezes a sua piromania traísse o seu amor (e o fazia sair colocando fogo com o seu Zippo antigo), ele era um verdadeiro admirador das coisas da terra. Na casa dele sempre foram criados vários tipos de animais, desde galinhas e codornas até lagartos estranhos. Sem contar, é claro, com os vários cachorros, gatos e papagaios que eram muito bem-vindos ali.

    Quando eu tinha cinco anos, ele partiu para uma viagem ao Pantanal e, na volta, trouxe um animal de estimação um tanto quanto extraordinário. Eu me lembro que, uns dias depois de chegar, ele me convidou para ir no escritório dele. O escritório ficava num tipo de segunda casa atrás da casa principal, depois do jardim. Era onde ele ia para ficar sozinho, ouvindo seus discos de música clássica e fumando seus cigarros feitos a mão com fumo de rolo.

    As crianças não podiam entrar lá dentro nunca, a não ser que tivessem sido previamente convidadas e, por isso, quando ele me pegou pela mão e me levou até lá, eu sabia que deveria ser por algum motivo muito importante. E era. Entramos na sala que ele chamava de oficina e ele me mostrou uma gaiola grande de passarinho. Dentro dela não havia nenhum pássaro, mas sim um réptil. Um filhote de jacaré do papo amarelo. Ele era um pouco maior que uma lagartixa e menor que um calango de jardim e eu não entendia muito bem porque aquilo era incomum mas sabia, pelo jeito que meu avô olhava para ele, que deveria manter segredo.

    O jacaré não durou mais que uma semana. A minha avó, sempre muito tolerante com os hábitos do marido, logo descobriu o indesejado visitante em sua casa e viu-se obrigada a expulsar aquele animal ameaçado de extinção, declarando solenemente o velho e conhecido “ou eu ou ele”. Mesmo assim, fizemos uma pequena cerimônia de despedida, com os primos todos sem entender porque aquele bicho que parecia uma miniatura viva da Cuca teria que ir embora.


    Alguns anos se passaram até o jacaré ser encontrado no parque da Lagoa do Nado, na Pampulha. Foi transferido para o zoológico, onde íamos visitá-lo de vez em quando, e gerou uma grande discussão entre os biólogos que tentavam desesperadamente entender como um bicho raro daqueles foi parar em um parque fechado. Meu avô, na frente da televisão, dava gargalhavas a cada vez que via os especialistas apresentando suas hipóteses.


    O tempo passou, eu cresci, meu avô morreu e o jacaré viveu feliz e enjaulado para sempre. A história foi esquecida, até que, alguns meses atrás, sentada em uma mesa de bar, uma menina, que eu tinha acabado de conhecer, disse:

    - Vocês se lembram de que, há uns anos, um cachorro foi atacado no parque da Lagoa do Nado por um jacaré do papo amarelo?

    Todo mundo lembrava.

    - Então, o cachorro era meu.

    Sorrindo e tentando imaginar o que meu avô teria pensado daquilo, respondi para ela:

    - E o jacaré era meu.

  10. Zoológico

    Saturday, December 01, 2007

    De vez em quando, me dá vontade de ir ao zoológico, visitar os hipopótamos e os flamingos. Semana passada, pensando nisso, decidi convidar o meu irmão, que faz Biologia, para me acompanhar e me proporcionar uma visita mais instrutiva com os seus conhecimentos sobre o reino animal.

    - Danilo, vamos ao zoológico terça-feira?
    - Não se chama mais zoológico, agora chama Fundação Zoobotânica.
    - Irmão, você acha mesmo que eu vou me privar do prazer lúdico de falar a palavra zoológico?